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Foto do escritorAlessandro Ossola

[Exposição] A transcendência negra através da lente

Atualizado: 29 de abr.

A exposição A transcendência negra através da lente originou de um Trabalho apresentado na disciplina Fotografia/Documento na UNIRIO em 2019.1. Tem como objetivo fundamental valorizar e ressaltar a beleza negra e sua história. A principal influência é do conceito de Afrofuturismo. Termo que surgiu em 1994 com o cineasta Mark Dery, que dirigiu o filme “Black to the future” na qual se questionava os estereótipos sobre negros, principalmente em Hollywood. Tal termo é um “movimento intelectual, um conceito, uma filosofia ou um gênero artístico transdisciplinar que combina afrocentrismo, fantasia, tecnologia, religião, espiritualidade e misticismo não ocidentais, numerologia, sátira, ficção científica e realidade virtual, para desafiar as representações estéticas sobre África, através de uma estética que ‘emagina’ e propõe um passado, presente e futuro da experiência negra na diáspora transnacional”.


Em 2024, o trabalho se concretiza como uma exposição física. Com 12 quadros expostos  incentivando e estimulando o espectador a ter um novo olhar sobre a beleza negra e suas manifestações culturais. As fotografias escolhidas representam alguns ensaios marcantes que ocorreram durante esses anos na construção deste trabalho, além de ser uma forma de homenagear pessoas queridas.





Fotografia 1 | Terezinha | Ensaio realizado exclusivamente para este trabalho | 2019. 1º lugar na categoria retrato Corrida Fotográfica 2020. © Alessandro Ossola Fotografia.

Fotografia 2| Leonardo Mariano | 2020. © Alessandro Ossola Fotografia.

Fotografia 3 | Terezinha II | Ensaio realizado exclusivamente para este trabalho | 2019. © Alessandro Ossola Fotografia.

Fotografia 4 | Mayna Moreira | Editorial de Moda Tombay em colab com a Casa de Idéias | A real natureza de ser. Produção: Portal Tombay e Casa de Ideias. Styling: Luana Cooper e Mayna Moreira. Fotografia: Alessandro Ossola. Beleza: Ana Correia Makeup, Juliana Franca Make e Luana Cooper. Modelos: Taysa Samore, Pretta Lala, jessica Albrosa, Mayna Moreira e Luana Cooper. Marcas: Casa de Ideias, Usestalelo, Ianara Prado, Bantu, Afro Beach Brasil e Crioula Criativa| 2019. © Alessandro Ossola Fotografia.

Fotografia 5 | Davi Neves | Editoral MAM pela Escola de Moda Rio | 2018. © Alessandro Ossola Fotografia.

Fotografia 6 | Lamatina Neres | Ensaio inspirado no filme live action A Pequena Sereia | 2023. © Alessandro Ossola Fotografia.

Fotografia 7 | Jessica Ohara | Ensaio realizado exclusivamente para este trabalho | 2019. © Alessandro Ossola Fotografia.

Fotografia 8 | Jessica Ohara | Ensaio realizado exclusivamente para este trabalho | 2019. © Alessandro Ossola Fotografia.

Fotografia 9 | Ben | Smash the cake | 2018. © Alessandro Ossola Fotografia.

Fotografia 10 | Verônica Marques | Odu ejé | 2022. © Alessandro Ossola Fotografia.

Fotografia 11 | Miguel Braga | Concurso Selfieboy realizado pela Escola de Moda Rio | 2018. © Alessandro Ossola Fotografia.

Fotografia 12 | Vitor Rodrigues | Concurso Selfieboy realizado pela Escola de Moda Rio | 2018. © Alessandro Ossola Fotografia.


DEPOIMENTOS


A trajetória de vida dxs negrxs é historicamente demarcada pela construção de baixa auto estima quanto a sua estética. Digo construção pois nos é ensinado, desde pequenxs, a odiar nosso tom de pele, nosso cabelo, nosso fenótipo. Ter a foto do meu filho em uma exposição fotográfica hoje é em primeiro lugar perceber o quanto nossa sociedade avançou no que tange o conceito do que é belo e de "quem pode parecer com/ser modelo fotógrafico ". É, antes de tudo, compreender a trajetória de luta do povo negro na reconstrução de uma imagem positiva e de pertencimento identitário. Depois, considerando o meu lugar de fala de mãe, a relevância deste trabalho se dá a partir do já mencionado acima, poder reforçar junto ao meu filho sua auto imagem de forma positiva: sua pele, seus traços, como belo. Por eu ter tido uma infância e uma adolescência em que sentia "o patinho feio ", por não estar dentro dos padrões estéticos das minhas amigas, sobretudo quanto ao cabelo, poder educar o meu filho a partir de uma perspectiva outra é caminhar para que ele possa crescer em uma sociedade outra, onde reconheça a si e seus pares como belos, pelo viés estético. Por fim, mas não menos importante, devo ressaltar o significado ancestral que a captura desta foto traz, uma vez que suas referências, mesmo não propositais, fazem menção ao Orixá Oxóssi, que é o Orixá das matas, da fartura e da prosperidade. LILIAN DO CARMO.

Pra mim estar fazendo parte dessa foto e desse grande trabalho é muito gratificante, porque ainda passamos por muitas discriminações por sermos Negros. Com trabalhos assim, de igualdades, - como Modelo, Cantor, Jogador, Dançarino, etc. - podemos ver que estamos dando a volta por cima desse preconceito e Racismo. Estamos conquistando nosso espaço no topo cada vez mais, mas que ainda está ao nosso redor o Racismo. Estamos muito mais forte que antes. Seguimos de cabeça erguida e com muito Orgulho de sermos NEGROS. Eu tenho muito Orgulho de se NEGRO e agradeço muito a Deus por isso, e que possamos nos ajudar mais uns aos outros sem preconceito com ninguém. sem preconceito somos mais Felizes e demonstramos mais Amor ao Próximo . Obs: "Racismo não" "Amor Sim, muito Amor ao Próximo isso que falta no mundo, mais Amor". MIGUEL BRAGA

Foi ótimo! Um privilégio por estar mostrando a minha imagem para outras pessoas e mostrando que não temos que ter medo de nos mostrar, principalmente o público negro. Preconceito não é nada comparado com a nossa beleza, nossa força de vontade, de se expressar tanto por fotografia, música, dança e cultura. Somos todos iguais. VITOR RODRIGUES.

É incrível como um foto pode revelar nossa essência da forma tão sútil é clara. Cresci em uma geração em que eram poucas as referências de beleza negra. Contava-se na mão o número de mulheres negras em campanhas publicitárias e etc. Talvez seja por isso que até pouco tempo me sentia confortável naquela definição de “ter uma beleza exótica “, porém quando vemos essa revolução estética e de olhar que vem acontecendo atualmente tudo muda. Hoje posso afirmar que a cada foto de um negro me sinto mais representa, mais orgulhosa e mais bela. Em minha foto aprendi a ver a beleza em meu nariz, em meus lábios e tudo aquilo que me define visualmente como negra. Hoje sei que minha beleza não é exótica mas sim real e negra. MAYNA MOREIRA.

Como negro, jovem e periférico, é tudo um pouco mais complicado, mas não impossível. Se colocar na frente das lentes, se apoderando de tudo aquilo, é mágico. O sentimento, a boa vibração, o poder de estar sendo você, só você. Com sua pele escura, com seu cabelo crespo, com seu sorriso irradiante e com seu olhar penetrante, é realmente importante. É importantíssimo saber que têm pessoas como eu, representando tantos outros assim, como eu também. Vidas negras importam. Precisamos ser vistos, lembrados e respeitados. Alessandro Ossola, trouxe tudo isso com cliques incrivelmente incríveis e reais, mostrando toda sensibilidade e beleza de nós modelos negros. Apodere-se! DAVI NEVES.

Eu nasci nos anos 90, quando ser negro não era cool. Nesse caso, eu entendo "Ser" como amar as suas características e vivenciar por completo tudo de bom e ruim que está acoplado a cor de pele. Como boa parte das garotas negras da minha época, eu cresci me sentindo feia, como se me faltasse algo para alcançar aquele outro patamar que as meninas brancas tinham na turma. Claro que sofrer bullying e "ganhar" quatro anos seguidos o "prêmio" de mais feia da sala não ajudaram. Apesar de no ensino médio não ter sofrido o mesmo tratamento hostil, vivenciei uma outra forma de existência: a da invisibilidade. Eu aprendi a me esconder, a que não reparassem em mim, quanto menos estivesse no centro das atenções, menos sofrimento teria. Foi só na faculdade, em um contexto artístico não tão excludente, que essa visão sobre a minha aparência começou a mudar, considero que ainda estou nesse processo de mudança. Ter tirado essas fotos, vê-las como bonitas, me ver como bonita, mesmo com a imensa insegurança que eu ainda carrego, é um passo a mais nesse caminho de descolonização cultural e estética. - Jéssica Ohara


É com grande prazer que convido à todos para a Exposição A Transcendência negra através da lente que acontecerá no dia 01 de maio às 14h na biblioteca da ACEMADES.


A Exposição contará com uma roda de conversa e irá inaugurar a biblioteca do espaço. Você não pode perder!!!


Conheça mais das nossas convidadas:


Lilian do Carmo | Pedagoga, Doutora em Educação pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). É Supervisora Educacional na Diretoria de Desenvolvimento da Educação Básica e Técnica/DDE da Fundação de Apoio à Escola Técnica - Faetec. Responsável pelo acompanhamento das ações de educação para as relações étnicorraciais e membro da Comissão de Heteroindentificação da Rede FAETEC. Pesquisadora do Grupo de pesquisa em Políticas Públicas, Movimentos Sociais e Culturas - GPMC (interinstirucional); do NEAB ONDJANGO (FAETEC) e do Grupo de pesquisas multidisciplinar de Pesquisas e Estudos Decoloniais de raça e gênero (IFPA). Pesquisa e escreve sobre mulheres, gênero, raça, Políticas Públicas Afirmativas e Decolonialidade.


Gisele Rose | Filósofa e escritora. Professora da Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC-RJ). Mestra em Relações étnico raciais pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ), Especialista em Energia e Sociedade no Capitalismo Contemporâneo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Graduada em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).


Membro da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN) e da Comunidade As Pensadoras. Colaboradora e idealizadora do Projeto Fun-L'Agbára. Autora de: Azoilda Loretto da Trindade: o baobá dos valores civilizatórios afro-brasileiros e O Curso de Energia e Sociedade no capitalismo contemporâneo. Organizadora das Antologias: Mulheres Pretas de Fé tecendo fios de liderança e representatividade e Lute como uma Professora. Participação nas antologias: Árvore da Lembrança, A sobrevivência humana na Terra Vozes Femininas à Asase Yaa, Mulheres do Ler III, Mulheres do Ler IV e Sobreviventes II. Participante da coletânea O despertar das consciências Experiências no debate étnico-racial e antirracista em projetos de educação não formal.


Agradecimentos Especiais: ACEMADES e toda sua equipe, Wagner Oliveira, Ana Cristina, Lilian do Carmo, Gisele Rose, Ben, Mayna Moreira, Vitor Rodrigues, Verônica Marques, Lamatina Neres, Miguel Braga, Wilton Lorran, Davi Neves, Jéssica Ohara, Terezinha.


Veja a apresentação completa de 2019 e os demais depoimentos. Acesse:




Essa exposição é para vocês!!

Com carinho de um aliado, Alessandro Ossola ✊🏿

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